sexta-feira, setembro 26, 2008

BD

Ainda na senda das minhas preferências... A Banda Desenhada! Desde muito novo me habituei a ler BD ("Quim e Filipe" do Hergé talvez tenha sido a primeira) e nunca perdi o gosto (penso até que muito do meu humor foi aprendido através destas leituras). Actualmente, dois nomes são os meus preferidos: Quino (não só a Mafalda) e Gary Larson. O primeiro é argentino e mais conhecido cá em Portugal por causa da Mafalda (mas tem muitos mais livros). O outro, é americano e muito pouco conhecido por cá. Deixo-vos com cartoons dum e doutro, para abrir o apetite de quem aprecia BD.

Quino:









Gary Larson:

















terça-feira, setembro 23, 2008

Tributo

Ainda na senda do cinema, queria também deixar um referência ao maior realizador de cinema português: João César Monteiro. Um génio louco que realizava, escrevia, escolhia a banda sonora e fazia a direcção de actores dos seus filmes.
Em todos os seus filmes podemos encontrar o génio, ora nas imagens ora nas palavras.
No seu último filme (antes de morrer)"Vai e Vem" (2003) duas cenas são notáveis: a do broche chinês e a verdadeira história de Cristo.
A primeira encontrei no youtube, ficam com ela. A segunda, fiz a transcrição do texto, ficam com ele:

Broche chinês


Verdadeira história de Cristo:
Transcrição de excerto do Filme “Vai e Vem”de João Cesár Monteiro (2003)

...

Fausta: A minha alma está parva...Levas-me para cada sítio!

João VuVu: Não tinha nada de extravagante...A casa pertence à Congregação de S. Vicente e graças ao serviço voluntário de devotas senhoras, angaria fundos que se destinam a obras de caridade. O padreca é que ensarilhou tudo...São séculos de intolerância tutelada por Turquemada. Resta-lhes a pedofilia, o Arcebispo de Millwakee, o Padre Frederico, etc...

Fausta: Parece que estive não sei onde...

JVV: Tens essa impressão de irrealidade porque estiveste, de facto, no outro mundo. Mas não te preocupes, regressaste viva de entre os espectros.

F: Cheirava a mofo.

JVV: É o cheiro do mundo das quimeras.

JVV: (Brindando)“Salud et deputaciones”

F: À tua

F: Pelo menos serviam bebidas alcoólicas...

JVV: É uma pequena concessão aos tempos modernos. A única, aliás...

F: É bom que haja alguém que se ocupe dos pobres...

JVV: Não têm feito outra coisa há que séculos. Há falta de melhor, até engenhocaram uma religião para os consolar.

F: A vida foi sempre má para os pobres.

JVV: Por isso é que se lembraram de enfiar uma grande patranha nos cornos de um carpinteiro a quem a mulher, uma puta judia, apareceu de barriga. “Que não desse ouvidos, não perdesse as estribeiras”, que o caso não era de repúdio, antes pelo contrário, tinha havido, é certo, intervenção divina. Obra de uma pomba. Mas estava tudo nos conformes. Em estado de graça. Mais e melhor, enquanto a aldeola ria a bandeiras despregadas, convenceram o néscio que a Boa Nova era para ser espalhada pelo mundo fora: finalmente, coisa nunca vista, ia nascer o filho de Deus. “Tarde piaste” arrepelava-se José, tocado pela Luz, “Ó Maria, descobrimos a imaculada fornicação e esqueci-me de apontar a fórmula!”. Olhou de soslaio para os pacóvios da terrinha, fez a trouxa e abalou com a mulher a cavalo num burro. Talvez tenha deitado contas à vida e chegado à conclusão que não ganhou para o susto. O Bendito fruto fez-se homem, e como qualquer pantomineiro que se preza, limitou-se a papaguear a lengalenga que toda a gente já estava farta de saber: que esta vida é um vale de lágrimas...

F: Morreu na cruz...

JVV: Pois morreu. E com grande alarido! Só ao fim de três dias é que conseguiram descalçar a bota. E logo arranjaram modo de o ressuscitar, para que a farsa acabasse em bem. Bem para Ele, e ainda melhor para nós. Faltavam umas rezas e umas benzeduras para edulcorar a outra vida. A do além (só d'Ele, é claro, bem conhecida, por lá ter estado na companhia do Pai). Nessa sim, é que iria ser bom. “Um mar de rosas, um regabofe” e, porque não, um encher até mais não “ademas per secula seculorum”

F: E qual é a solução?

JVV: Não há. O suicídio é uma solução. Se é, e há quem defenda que é, não me interessa. Só o problema é interessante. Nunca a solução. E o ser humano, ou o que dele resta, tem que ser capaz de viver com a insolubilidade da própria vida.

Para além da música...

Um blog serve essencialmente para uma pessoa escrever o que pensa, o que sente, o que quiser, e partilhar isso com o mundo... Mas como não só de palavras escritas se faz a comunicção, a música entrou no meu blog e agora, os filmes também...
Um dos melhores filmes de sempre, seguramente O filme de culto para a minha geração (nados em 1979), um filme que vale por tudo: pelas imagens, pela escolha dos actores, pela realização, pela banda sonora mas, muito, pelo texto!

Pulp Fiction, Quentin Tarantino, 1994

segunda-feira, setembro 22, 2008

Mais música :)

Como sou um defensor da música portuguesa, não podia deixar de fazer referência ao meu cantautor português preferido: Manuel Cruz (dos infelizmente extintos Ornatos Violeta). Deixo, então, duas sugestões: "Nunca parto Inteiramente"- muito pouco conhecida, mas felizmente está no youtube e "Canção da Canção Triste" uma música incluida no seu disco mais recente do projecto "Foge Foge Bandido". Aqui fica!





PS1: a música do post anterior chama-se "A Flor e o espinho" e penso que é uma moda brasileira antiga
PS2: há uma música do "Foge Foge Bandido" que está a passar na rádio. Chama-se "Borboleta". Estejam atentos :)

Ressuscitado...

Decidi ressuscitar este meu blog que teve muito pouca actividade e estava parado há mais de dois anos...
A ver se agora a coisa vai..

Para trazer bom agoiro, nada como boa música. Aqui fica, então ,Paulinho Moska, um cantautor brasileiro muito pouco conhecido em Portugal e que já tive o privilégio de assistir ao vivo (Casa das Artes de Famalicão, pois é...)




PS: Esta é uma música que fez parte do primeiro filme em que Penélope Cruz representa em Inglês... O filme é fraquinho, a banda sonora excelente